sexta-feira, 2 de julho de 2010

Gangues dos transportes públicos na mira da polícia



Perfil de grupos que atacam nos comboios, metro e autocarros estão traçados. São, por vezes, numerosos, recusam comprar bilhete e geram sentimento de insegurança nos utentes.
Costumam actuar em dupla ou em grupos de quatro no metro e nas linhas ferroviárias da Grande Lisboa. Um aguarda junto à porta da composição para impedir que ela se feche, o outro ataca a vítima que vigiou nos últimos minutos. Foi assim que os três suspeitos, anteontem detidos pela PSP, roubaram um cordão de ouro a uma mulher na estação de metro dos Anjos. Além destes casos, a PSP tem identificado, no Verão, vários grupos que viajam de comboio sem bilhete e provocam o pânico num verdadeiro "jogo do gato e do rato" com o revisor.
O caso que ontem culminou na prisão preventiva de um suspeito de 19 anos e na obrigação a apresentações periódicas de outros dois, de 18 e 23 anos, aconteceu na tarde de segunda-feira pelas 15.00.
Um polícia de folga e à civil assistiu a tudo: os três homens arrancaram um fio e uma argola de ouro a uma mulher de 57 anos, chegando a provocar-lhe escoriações. Depois fugiram.
Sozinho e correndo o risco de não conseguir deter os três, o polícia perseguiu-os discretamente enquanto telefonava para a esquadra de investigação criminal da Divisão de Segurança a Transportes Públicos, no Rossio.
Os três suspeitos acabaram por ser detidos já dentro de um autocarro da Carris, que usaram para fugir do local. Os objectos roubados foram recuperados e o suspeito que ficou em prisão preventiva tinha já antecedentes criminais por roubo por esticão.
Segundo fonte oficial da Divisão da PSP, que se dedica à segurança das linhas de comboio e de Metro de Lisboa até Vila Franca de Xira ou até Cascais e Sintra, a maior parte dos crimes registada nos transportes públicos "é praticada por grupos de dois a quatro elementos". Assim que o transporte pára numa estação, um dos suspeitos fica à porta impedindo que esta se feche e os outros roubam telemóveis, iPods, fios de ouro que "marcaram" minutos antes.
Há, no entanto, grupos mais violentos que procuram vítimas isoladas e as ameaçam com facas. Por vezes chegam mesmo a usar as facas para intimidar as vítimas e garantir que não oferecem resistência e entregam os valores.
Por altura do Verão, o problema é outro. "Há muitos grupos de jovens que nas férias não compram bilhetes e querem ir para a praia", refere. E são estes grupos que causam algum sentimento de insegurança, nomeadamente na Linha de Cascais. "Passam a viagem num verdadeiro jogo do gato e do rato com o revisor, têm atitudes provocatórias e causam medo e sentimento de insegurança nos passageiros", refere.
A mesma fonte ressalva que não significa que roubem ou furtem passageiros, mas têm visibilidade. "Não é nenhum arrastão", diz.
Nesta altura, a PSP reforça a vigilância nos transportes públicos sobretudo durante a noite e na Linha de Cascais, que conduz às praias.

Sonia Simoes
in DN

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