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Desde 1 de Janeiro, passou a ser possível, na União Europeia, a uma empresa de transporte ferroviário de um país operar livremente noutro país, desde que o transporte seja internacional. Ou seja, passou a ser possível aos comboios espanhois operar em Portugal (o comboio pode parar em todas as estações portuguesas no caminho), desde que a viagem se inicie em Espanha (ou comece em Portugal e tenha por destino uma estação espanhola). Se calhar o melhor que nos podia acontecer era sermos invadidos pelos espanhois também na ferrovia...
Desde 1 de Janeiro, também passou a ser possível aos comboios da CP operar em Espanha, nos mesmos moldes. Mas se calhar os espanhois dispensam a CP, o que é que acham?...
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Se houve dinheiro para salvar a banca, a Ferrovia - essencial para a mobilidade e para a sustentabilidade ambiental - também tem de ser salva.
Três propostas
1 - Reduzir despesas de representação, bónus e salários milionários da administração. Acabar com frota automóvel.
2- sindicancia a todas as operações de investimento, para acabar com episódios como os que originaram o "Carril Dourado".
3 - Criar um plano de saneamento financeiro que NÃO equacione a privatização nem o aumento de custos para os utentes
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E então, não comentam o rombo que causa a RTP?
Cerca de 20% superior ao rombo da CP, REFER, Metro de Lisboa e Metro do Porto juntos...
E para que serve tanto dinheiro numa televisão pública que, no horário nobre, passa concursos e novelas? Não obsntante, o principal canal tem publicidade a gosto...
Claro, disso ninguém se queixa, a RTP tem uma utilidade politico-propagandística que os transportes públicos não têm...!
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Este retrato do cenário português no respeitante ao desenvolvimento dos transportes e consequentemente desenvolvimentos sociais daí oriundos é elucidativo das forças que País NÃO une nem potencia. Os transportes ferroviários são sem dúvida uma oportunidade que deve ser aproveitada para o desenvolvimento: por um lado, ajuda a diminuir o uso dos rodoviários (e como isto se repercute ao nível económico e ambiental); por outro assegura o bom funcionamento da rede de relações existentes. Mas como tudo o resto, a força dos PRIVADOS, é superior e abafa o interesse PÚBLICO. "ENCONTREM MECANISMOS QUE LIMITEM O DESENVOLVIMENTO EM NOSSO PROVEITO" - é este o lema dos privados. Agora que se discute o OE2010, podiam (num excesso de candura) compreender como podem estruturas já montadas e apenas com pequenas alterações (as normais num país europeu) significar melhorias significativas. QUEM SÃO OS MANDA CHUVA DA CP? E DA BRISA? E DO GOVERNO?
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É então com bagunças deste género que nos querem convencer a andar de comboio e nos transportes públicos em geral? Livra! Só para quem não tiver nada melhor a que deitar a mão. Num pequeno país como o nosso, em que não se sabe ainda gerir de uma forma eficaz e escorreita a rede existente, já só se pensa em TGV's? Agarrem-me que isto não é um país, isto é um lugar muito mal frequentado!...
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