Em declarações à TSF, Luís Bravo aconselha o ministro a "solicitar à CP as tabelas indiciárias, onde constam o salário base e a atribuição variável" dos trabalhadores, com "o antes e com o depois", para que "todas as dúvidas sejam dissipadas".
O líder sindical desafia João Galamba a, depois de analisar esses dados, chamar o sindicato para explicar "onde é que está a igualdade na atribuição do aumento complementar". Questionado sobre se o próprio sindicato não deve, de alguma forma, contribuir para informar melhor o ministro das Infraestruturas, Bravo garante que os valores em questão já foram apresentados "em reuniões bilaterais".
"Mas podemos voltar a apresentar as tabelas e isso tudo. Acho que aqui é a empresa devia dar esse passo", avisa.
A 31 de maio, a CP revelou ter chegado a acordo com 15 sindicatos sobre as "valorizações remuneratórias intercalares", tendo o SFRCI ficado fora desse entendimento.
No comunicado em que anunciou este acordo, a empresa lamenta que, assim, os associados do SFRCI tenham "aumentos inferiores" aos dos trabalhadores "abrangidos por outros acordos de empresa", garantindo-se disponível para assinar com este sindicato o mesmo acordo que firmara com as outras 15 organizações.
Na última sexta-feira, o SFRCI anunciou que a greve parcial dos revisores e trabalhadores das bilheteiras na CP foi alargada até 6 de agosto, abrangendo o período em que decorre em Lisboa a Jornada Mundial da Juventude.
Agora, Luís Bravo admite que as formas de luta possam até ser fortalecidas, dado que "a direção sindical vai reunir no dia 4", embora nada esteja "ainda definido".
O dirigente sindical, lamenta também que a empresa não reaja e não haja negociação depois de uma greve parcial em que o SFRCI quis garantir "a deslocação da maioria dos utentes da CP, que seria para o casa e trabalho, e que a pudessem fazer".
"Enquanto não houver negociação e resolução desta discriminação destes trabalhadores, teremos de continuar", assinala. E, segundo o SFRCI, a greve que abrange a JMJ é até uma questão de "prevenir a segurança da circulação".
Isto porque o pré-aviso abrange "comboios intercidades com mais de oito carruagens por questões de segurança da circulação, porque há muitas plataformas onde o comboio para para embarque e desembarque de passageiros, e não comporta mais do que essas carruagens", algo que, revela o sindicato, poderia vir a acontecer: "Estamos em crer que a empresa estaria a preparar-se para fazer comboios com 12, 13 e 14 carruagens e o que importava era que os comboios saíssem das gares e circulassem."